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A agroindústria ou agronegócio

A Revolução Industrial inglesa clássica do século XVIII desencadeou profundas transformações no continente europeu e posteriormente no mundo, com um conjunto de avanços tecnológicos e diversas mudanças para a época que possibilitaram um aumento da produção agrícola, o qual passou a atender cada vez mais as necessidades resultantes da industrialização, além do aumento populacional no continente europeu. Criou-se, então, uma forte interdependência entre o espaço geográfico rural e o urbano, pois a tecnologia comanda a produção agrícola, com a rotatividade de culturas e a utilização da semeadeira mecânica.

Com a segunda guerra mundial, e o desenvolvimento do modelo fordista de produção, diversos laboratórios nos Estados Unidos, começaram a pesquisar novas sementes para serem utilizadas na produção agrícolas, com o interesse de aumentar a produção no campo. Com isso desenvolveram herbicidas, adubos e fertilizantes químicos, selecionar e modificar sementes, com o discurso de acabarem com a fome no mundo, além de novos motores de automóveis da produção fordista que foram adaptadas as máquinas agrícolas.

Hoje, a nível mundial, a atividade rural constitui-se mais um ramo da indústria; a agroindústria ou agronegócio, que utiliza insumos agrícolas, máquinas e equipamentos, biotecnologia e engenharia genética.

A urbanização das populações no mundo é um fato contemporâneo da expansão do modelo capitalismo no campo, fazendo com que a agropecuária assuma as características dos processos industriais de produção no processo de capitalização e mecanização do campo.

Podemos destacar outras características:

  • Importância fundamental para o processo de pesquisa agronômica;
  • níveis cada vez mais sofisticados de formação e informação à disposição dos agricultores;
  • uniformização da variedade de produtos;
  •  aumento da produtividade e do trabalho;
  • propriedades maiores e produção mais especializada e qualificada;
  • expansão do uso da racionalidade capitalista como fundamento da sobrevivência da exploração agrícola;
  • Utilização de imagens de satélites, previsões climáticas e drones de monitoramento.

A capitalização e mecanização da agropecuária apresentam como consequências uma artificialização do processo produtivo, pois o interesse do capital é potencializar o seu ritmo produtivo. Assim, diferentes tecnologias e produtos são desenvolvidos para tornar mais eficientes todos os momentos do cultivo com frutos maiores, saborosos, resistentes e valor nutricional, tais como o preparo da terra, o controle de pragas e doenças, o desenvolvimento e modificação de sementes e plantas adaptadas ao ambiente e clima de cultivo, além de máquinas e equipamentos específicos no processo produtivo.

Esse processo produtivo pode gerar diversos danos ao meio ambiente em relação à biodiversidade da região de cultivo, com o surgimento de novas pragas invasoras, a utilização de agrotóxicos, com a contaminação dos rios e do lençol freático.

Fonte: Charge do Cartunista Henfil

A empresa agrícola Monsanto investe para aplicar e desenvolver diversas inovações tecnológicas na produção da agropecuária, com o objetivo de ajudar os agricultores em todas as regiões do globo terrestre a aumentar a sua produção e melhorar a vida desses agricultores e da alimentação da população mundial, produzindo sementes de uma variedade de soja modificada geneticamente denominada de Roundup Ready, na tradução significa preparada ou pronta.

Além da empresa americana Monsanto, a Syngenta, a europeia Du Pont e a Bayer, dominam o mercado na produção de transgênicos, pesticidas, herbicidas e agrotóxicos.

Essa empresa transnacional Monsanto domina também o mercado mundial de inovações tecnológicas agrícolas, com os direitos detidos pela alemã Bayer, ela tem a sua sede nos Estados Unidos. A Bayer é um grupo farmacêutico e agroquímico que comprou a Monsanto, de uma americana do ramo alimentício de sementes e pesticidas, por US$ 63 bilhões, em setembro de 2016.

A Companhia Monsanto não tem interesse em acabar com a subnutrição e a fome no mundo, mas estabelecer um controle, um monopólio na produção de alimentos em todas as regiões do globo terrestre. O grupo Bayer é líder mundial na produção herbicida, pesticida e agrotóxico.

Esses produtos são vendidos pela marca Roundup, que também é o líder mundial de sementes modificadas geneticamente. Todo esse processo tem como resultado comprovado cientificamente na destruição da mata nativa para a expansão da produção agrícola comercial, extermínio de culturas nativas, contaminação do solo, dos rios, lençol freático e do meio ambiente, podendo provocar doenças aos animais e a vida humana.

Fonte: Landportal.org

No ano de 2001, a OMS, Organização Mundial de Saúde, concluiu que esses alimentos modificados geneticamente ou transgênicos não fazem mal a saúde humana e contribuem para melhorar o meio ambiente, reduzindo a utilização de pesticida, herbicida e da redução da área de cultivo, que teve apoio da ONU, Organização das Nações Unidas, no mês de maio de 2004.

Esses produtos começaram a ter uma comercialização e aceitação no território brasileiro na década de 2003, quando a União Europeia, divulgou diversos estudos comprovando a segurança alimentar para os seres humanos dessas espécies modificadas geneticamente. No ano de 2011, aproximadamente 80,0% da soja cultivada na União Europeia e mais de 60,0% da plantada no território brasileiro era modificada geneticamente ou transgênica.

Fonte: Blog do Cartunista Arionauro – Charge do ArionauroCartuns.com.br

“A produção avícola é hoje ainda mais semelhante a uma operação fabril. […] Algumas das grandes empresas de alimentos, como a Ralston Purina, a Cargill e a Allied Mills, são responsáveis por gigantescas instalações aviárias que processam dezenas de milhares de galinhas por dia. Como na organização fabril, as chaves dessa produção são a procriação especial, alimentação intensiva enriquecida, estímulos químicos como hormônios e o controle de doenças. […] O alimento passa na frente das galinhas imóveis, numa correia transportadora, enquanto ovos e excrementos são removidos em outras correias. A iluminação artificial supera o ciclo diário natural e mantém as galinhas em postura constante.”

(IANNI, Otavio. A era do globalismo. São Paulo: Civilização brasileira,1996. p.47-8.)

Fonte: Jornal Folha de São Paulo 

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